Os últimos serão os primeiros.

Um dos exemplos mais marcantes de esforço e superação humana foi dado pela atleta suiça Gabrielle Andersen nos jogos olímpicos de 1984 em Los Angeles. Obviamente a atleta suiça não era favorita na prova, aliás ela não foi bem durante a competição e por isso nimguém esperava nada especial em termos de desempenho. Lá estavam os melhores atletas do mundo e bem podia-se dizer que todos eram favoritos, exceto a Gabrielle e seus 39 anos de idade. O calor era insurportável e lá estavam os favoritos, sedentos das suas medalhas olímpicas, do reconhecimento, os aplausos, a glória olímpica tão sonhada. A prova iniciou-se e lá se foram e ao final chegou a grande vencedora, veio a segunda colocada, a terceira... mas onde está a Gabrielle? Todas as atletas chegaram e por fim, lá vem a Gabrielle Andersen, desidratada, com cãibras e fortes dores musculares. Meio desorientada, torta, as pernas pareciam querer cada uma ir para um lado. Braços descoordenados, passadas lentas, feições endurecidas pelo cansaço extremo. Num esforço incontido, extremo, a suiça superou expectativas e levantou todo o público presente no Coliseum Stadium. Todas as lentes se voltaram para ela, os olhares, a torcida. A cada passada dada em meio as dificuldades Gabrielle deixava o exemplo de superação e as palmas ecoavam. Ela estava brilhando, ela virou a prova de ponta-a-cabeça, desviou os focos e sendo a última, ela era a primeira. Um detalhe é que muitos consideraram o gesto da atleta como suicída, mas ela sabia que caso aceitasse ajuda da equipe médica disponível, fatalnmente seria desclassificada e este não era seu objetivo: Em último ou em primeiro, Gabrielle queria completar a prova, queria mostrar sua capacidade. E mostrou! Em 02h48m42s Gabrielle chegou finalizando a sua prova. Na chegada dela na entrada do estádio o que se viu foram os 400 metros mais sofridos e acompanhados da olimpíada; A corrida da superação. Graças a este esforço da Suiça Gabrielle Andersen criou-se o artigo Andersen-Scheiss permitindo aos atletas serem atendidos durante a prova sem que sejam desclassificados. Nesta história talvez voce visualize a loucura da atleta, a talvez irresponsabilidade por não ter aceito a ajuda e corrido até mesmo risco de morte. Talvez voce diga; Que nada, tanto esforço para chegar em último! O importante é o primeiro lugar! A Gabrielle nos deixou a seguinte reflexão: Não importa em que colocação voce chegou, não importa quão preparado estão os outros, não importa em que posição chegaram e muito menos se terão medalhas brilhante. Voce deve superar-se, permanecer na prova, lutando ainda que tudo pareça torto, seco, doente, caindo, mas superar-se é vencer a sí mesmo e não aos outros. Derrube seus limites e lembre-se sempre: "Na vida, os últimos sempre serão os primeiros".

Por Tony Casanova. Direitos Autorais e Copyright reservados ao autor.
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A essência da vida.



Na oportunidade do nascimento, não só nossos olhos abrem-se, mas também abre-se o mundo e com ele várias expectativas. O ver, o querer, o desejar tocar, dar o primeiro passo e logo após correr nos impulsiona para a vida. Aprendemos a sorrir e a chorar, atravessamos esta longa travessia chamada vida num misto de alegrias e decepções, vitórias e derrotas, surpresas boas e ruins. Nascer é algo que não escolhemos, mas a partir do momento que passamos a existir passamos também a buscar nos agarrar nesta maravilhosa oportunidade que recebemos. A culpa por nossos deslizes de quem é? Talvez não tenhamos bons pais como professores, afinal eles também foram alunos e muitos sequer souberam escapar dos deslizes que tentam evitar que cometamos. No fundo todos os pais, ou quase todos tem mais boas intenções do que experiência. Todos aprenderam cometendo erros, praticando, deslizando como nós. Talvez nós não sejamos alunos tão bem aplicados assim. Talvez sejamos teimosos, buscando sempre fazer aquilo que achamos correto independente das consequências que isto possa trazer. Talvez até nem vejamos a vida hoje como uma escola para o amanhã. Muitas vezes estamos tão imbuídos na busca do futuro que sufocamos o presente e o sacrificamos. Duro é perceber que o presente ao tornar-se passado não se recupera e ainda que o lamentemos as inúmeras perdas, jamais iremos recuperar nada que deixamos de fazer. Talvez sejamos apressados em viver a pensando no amanhã e isto nos faça esquecer do hoje, mas de uma coisa podemos ter plena certeza: Os pais não ensinam, eles aprendem. Os pais não são professores, apenas alunos mais avançados, supostamente experientes e prontos a subir de nível na sua escalada. O título de Mestre é mérito da vida, esta sim, ensina a pais e filhos como trilhar os caminhos da existência. Passos inseguros, quedas, tropeços, mas enfim a caminhada. Ainda que devagar ou mais lento que outros, a vida, esta grande professora, ensina a todos como andar. Saber respeitar os ensinamentos passados por ela significa receber os bônus cabíveis a disciplina, a obediência e ao repeito, lembrando que a vida gratifica com maravilhosas recompensas aqueles que a respeitam. O mais gostoso nisto tudo não é voce receber um bônus por tudo isto, mas receber a gratificação máxima que se pode receber: A honraria de não só ter feito com esforço o máximo pelos ensinamentos da vida, mas transformar isto em ações e benefícios para os seus semelhantes. Quando voce atinge este nível é porque alcançou sua essência e conseguiu transformá-la no perfume inconfundível e superior capaz não só de aromatizar vidas e pessoas, mas também de salvá-las.

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